Conhecer a Casa de Cultura de Peçanha talvez não seja a prioridade de quem viaja para essa pacata cidade. Boa parte das pessoas podem se perguntar: qual a graça de ver coisa velha? Podem pensar que cultura é uma chatice e que coisa antiga nada mais é que um bando de coisas inúteis, na maioria das vezes gigantes.
Sinto lhe informar meu amigo, mas você pode estar errado! Nem posso recriminar quem tem esse pensamento. Eu também tenho uma cota de paciência bem curta para coisas do tipo. Normalmente prefiro ver paisagem, fazer atividades ao ar livre como andar de bicicleta, fazer hiking, apreciar mirantes, ver o pôr do sol.
Não consigo gastar muito tempo apreciando um quadro, por mais que ele seja a Mona Lisa. E vamos combinar uma coisa, no fim das contas ela nem é essa Coca Cola toda pessoalmente.
A Bruna curte mais essa parte histórica e esse lado cultural do turismo. E foi por isso que não deixei ela escrever esse post. Meu objetivo aqui é provar que mesmo não sendo uma pessoa cult ou fã de história é possível se divertir e se encantar com espaços dedicados a isso.
Quero te dizer que não dedicando um tempinho para programas culturais você e eu, podemos estar deixando de dar atenção a algo bacana. Esses lugares merecem um pouco de consideração, afinal eles tem a nobre missão de preservar o nosso passado.
E minha experiência na casa de Cultura de Peçanha super valeu a pena. Não sei se foram as fotos lindas que tirei lá dentro, ou se foi a reflexão profunda que fiz ao observar objetos das antigas. Tantos objetos enormes me fizeram perceber como tudo foi diminuindo seu tamanho com o tempo por causa do avanço tecnológico e como isso mudou nossa vida. Os telefones são um exemplo claro disso!
Talvez você já tenha nascido na era do smartphone e nem saiba do que estou falando. Afinal, depois do ZAP ZAP, fazer uma ligação já não é mais a principal utilidade de um telefone. Mas eu me lembro perfeitamente daqueles trambolhos antigos com fios enrolados. A gente tinha que enfiar o dedo no número e girar uma roda até o final, isso chamava discagem. Era preciso ter uma paciência tremenda até a roda voltar pro seu lugar para discar o próximo número. Fazer uma ligação tinha todo um processo, não era simples como apertar um botão.
Uma criança de cinco anos jamais vai entender como era fazer uma ligação nos anos 90. Assim como eu, no auge dos meus trinta e poucos anos, nunca vou entender como era fazer uma ligação na época de Dom Pedro. Mas espaços que guardam nosso passado podem nos ajudar a entender melhor tudo isso.
O que eu quero dizer com toda essa conversa fiada de telefones é que eu curti bastante conhecer a Casa de Cultura de Peçanha. Saí de lá muito feliz com a visita. Vendo toda aquela velharia charmosa eu viajei na maionese imaginando como seria viver a uns 200 anos atrás.
Não precisa separar um dia inteiro pra isso, basta uma horinha do dia. Com uma hora dá para posar de blogueira nas poltronas antigas, dar um rolé pelo charmoso casarão, apreciar seu acervo histórico e refletir bastante sobre um passado que nunca vivenciamos.
A História do Casarão do Paço Municipal de Peçanha
O imóvel que abriga a Casa de Cultura de Peçanha foi construído pelo Sr. Pedro Luís Braga, em meados do séc. XIX. O bonito era um Coronel, condutor de tropas, e também senhor de escravos. Mesmo ele tendo feito a proeza de construir a casa, já caiu no meu conceito por ser senhor escravos. Mas… Ok, vida que segue!
A construção, feita na época para fins de moradia, foi inspirada nos casarões da cidade de Diamantina. A arquitetura em estilo neo-clássica tem um pezinho na Europa. No segundo pavimento por exemplo, as janelas tem sua sacada com grades em ferro batido que formam bonitos desenhos e vieram exclusivamente da França.
O segundo proprietário do imóvel o vendeu para a Prefeitura em 1912. O prédio tornou-se então o Paço Municipal assim permanecendo até a década de 1970, quando a Prefeitura foi transferida para a sede atual. Desde que se tornou prédio público, passou por várias adequações sem perder sua estrutura original. O imóvel foi tombado em 2002, ou seja desde então é considerado um patrimônio oficial público e tem seu valor histórico reconhecido.
Isso significa que não se pode derrubá-lo ou modifica-lo porque tudo que tem valor histórico inestimável precisa ser preservado para as futuras gerações.
Hoje, no local, funcionam a Biblioteca Pública e o Departamento de Educação e Cultura. Em 2007 foi instalada também a Casa da Cultura de Peçanha “Minervina Vieira da Silva – Tia Neva” e a desde 2013 abriga também o centro de informação ao turista.
INFORMAÇÕES ÚTEIS SOBRE A CASA DE CULTURA
Endereço: Avenida dos Bragas, n°118 – Peçanha/ MG.
Telefone: (033)3411-2574
e-mail: [email protected]
Horário de funcionamento: de segunda a Sexta das 7h as 17h.
O que você encontra na Casa de Cultura de Peçanha?
- Uma biblioteca.
- Acervo com utensílios de argila que documentam o nome de “Paneleiros” dado ao povo peçanhense.
- Objetos indígenas e a reprodução das figuras rupestres.
- Exposição de fotos e objetos antigos (telefone, máquina de escrever entre outros).
- A memória da aviação, que conta a história do Aéro Clube de Peçanha.
- Sala das Tradições, com objetos dos tropeiros, das fazendas, das festas tradicionais da cidade, fotos, roupas e informações e brinquedos de antigamente.
- Arquivo Histórico da cidade -Sala da Imprensa onde estão expostas a Prensa usada pelo jornal local, ECHO DA MATA, de 1891 e a Tipografia que a substituiu e a dos Escritores Peçanhenses, com um arquivo de exemplares de escritores da Terra.
- No segundo anexo funciona o Centro Cultural, que se divide em Sala de oficinas de artes, o Galpão para exposições e eventos e o teatro de arena.
Deu vontade de conhecer a Casa de Cultura de Peçanha?!
Conta aí para gente nos comentários, se você já foi, o que achou, o que viu de bacana por lá. Compartilha aqui também suas opiniões sobre o lugar para ajudar outros curiosos a se decidir se vale ou não a visita.
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