Dessa vez vou inverter a lógica da coisa. O objetivo ainda é dar dicas de hotéis em Vancouver e ajudar na missão de escolher um bom lugar para se hospedar no Canadá. Mas para fazer isso, quero antes que você saiba onde não ficar em Vancouver.
Vou contar toda minha trágica história na cidade, para você entender porque é importante se preocupar com localização. Quando viajamos de férias, ou por qualquer motivo que seja escolher a localização e os hotéis certos podem fazer toda a diferença. Quero que a minha história verídica sirva a um propósito maior que uma simples viagem frustrada. Mas antes, preciso contextualizar sobre meus hábitos de viagem.
Em todas as minhas viagens, sempre procuro um lugar bom para ficar, e ao procurar hotéis em Vancouver no Canadá não foi diferente. Normalmente busco localização estratégica com relação aos pontos turísticos, banheiro branco e um hotel com pelo menos algum charme. Não precisa ser o hotel top das galáxias, mas que tenha um estilo agradável aos olhos. Resumindo, gosto de hotel bem localizado, bonito e barato. Sei que isso está cada vez mais difícil com a economia de hoje, mas sigo tentando.
Assim, depois de decidir incluir o Canadá no roteiro, pesquisei em vários blogs onde ficar em Vancouver. Li várias opiniões diferentes sobre qual seria a melhor localização em Vancouver, quais os bairros mais indicados e diversas outras coisas para fazer na cidade durante a viagem.
Não vi nenhum tipo de alerta sobre lugares a serem evitados e nem dicas de onde não ficar em Vancouver. O Canadá é um país de primeiro mundo, então imaginei que estaria segura em qualquer lugar onde decidisse me hospedar. O problema foi que para o roteiro em Vancouver, minha verba estava meio capenga. Estávamos voltando de um cruzeiro no Alasca que era o foco principal da viagem. Vancouver seria uma esticadinha depois do cruzeiro.
Por esse motivo, pela primeira vez na vida escolhi o hotel mais barato que encontrei. Pensei que ninguém iria morrer ficando só três dias num hotel mais ou menos. Como passaríamos a maior parte do tempo explorando a cidade não seria um bicho de sete cabeças ficar no hotel mais barato em Vancouver. Abrimos mão dos padrões a que estávamos acostumados em prol da viagem.
Em partes, o que desencadeou minha traumática passagem na cidade foi o preço dos hotéis em Vancouver. Não eram nada amigáveis, um hotel comum queria me cobrar quase três mil reais para três diárias. Foi um choque descobrir que a hospedagem em Vancouver era tão cara.
E sim! Eu vi que a nota do hotel que escolhi era baixa no booking. Mas numa imbecilidade tamanha nem me dei ao trabalho de ler algumas avaliações. Como o hotel era barato eu já sabia que haveriam reclamações sobre as instalações. Fiz uma escolha consciente nesse sentido e decidi não ficar me preocupando com detalhes.
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Onde não ficar em Vancouver: Como descobri a pior localização de hotel no Canadá
Agora que vocês já sabem o contexto da minha escolha de hospedagem, vou contar o que aconteceu e inspirou essas dicas de onde não ficar em Vancouver. Também vou dar nome aos bois e dizer qual hotel me causou todo esse trauma.
Depois de oitos dias maravilhosos no Alasca e dois dias lindos em Seattle pegamos um voo que durou menos de uma hora até Vancouver. Chegamos na parte da manhã ainda, pegamos um trem até o centro da cidade. Como eu tinha comprado um chip da easysim4U para ter internet no celular (saiba mais sobre ele aqui) configurei o endereço do hotel no google maps e vi que ele ficava a menos de 2 km da estação que descemos (Waterfront). De acordo com o GPS só precisávamos seguir reto pela East Hastings Street. Depois que entendemos qual era o lado certo não tinha jeito de errar o caminho.
Cogitei pedir um uber, mas descobri que o serviço não funcionava em Vancouver. Resolvemos então ir andando. O dia estava lindo, o voo tinha sido rápido, então não vimos mal nenhum em andar com as malas.
Para mim, menos de 2 km é perto, estávamos no Canadá e não no centro do Rio de Janeiro e as malas tinham rodinhas. Inclusive minha mala era rosa-choque da marca kippling. Eu estava orgulhosa porque tinha feito um super negócio na Macy’s em Seattle. Queria mais era sair exibindo mesmo para compensar os dólares que investi na mala.
Saí arrastando a tal mala rosa seguindo atrás do meu marido. Ele tem o costume irritante de sempre andar na frente. Passamos pelo bairro Gastown e fiquei abestalhada. Avistei vários lugares fofos, sorveterias, cafés e restaurantes. Cada um com a faixada mais linda que a outra.
Meu marido já estava perdendo a paciência porque eu não olhava pra frente. Ao invés disso olhava para todos os lados sem saber para onde focar a atenção. Eram tantos lugares interessantes pelo caminho que eu parecia uma turista maluca olhando para tudo ao mesmo tempo, deslumbrada com a cidade.
Na cabeça, já fazia altos planos, onde íamos tomar café da manhã, onde íamos jantar, onde queria tirar foto. E nesse espírito continuei andando tranquila da vida porque eu estava no Canadá e tudo funcionava.
Em alguma parte do caminho, o cenário começou a mudar. As florzinhas que enfeitavam as janelas desapareceram e todo aquele glamour foi substituído por pichações nos muros, janelas quebradas e um povo esquisito. Era a mesma rua mas alguma coisa tinha mudado.
Como conheci por acaso a cracolância de Vancouver
De repente atravessamos a rua e logo na esquina avistamos um sujeito injetando droga num braço todo machucado em plena luz do dia. Meu marido arregalou os olhos. Dali pra frente a coisa ficou cada vez mais sinistra.
Já com a luzinha da preocupação acessa continuamos a andar em direção ao hotel, faltava cerca de 600 m talvez a essa altura do campeonato. Quanto mais andávamos mais gente esquisita aparecia nas calçadas. E não era só algumas pessoas, era uma multidão inteira! Se fossem poucas talvez teríamos continuado o trajeto sem aquela sensação de pânico que me nos invadiu em certo ponto do caminho.
A impressão que tive é que todos os mendigos, drogados, prostitutas e traficantes da cidade iam participar de algum evento que aconteceria ali naquela rua. Gente, me perdoem se isso pode soar preconceituoso. Talvez eles não oferecessem de fato um risco a minha segurança. Talvez fossem pessoas de bem que estavam passando por algum momento difícil e se viram naquela situação. Mas era tanta gente estranha por metro quadrado que a sensação de risco iminente foi inevitável. Com certeza, estar carregando uma mala rosa não ajudou em nada!
Tinha tanta gente na calçada que meu marido tomou minha mala, saiu da calçada, e continuou quase correndo no canto da rua junto com os carros e bicicletas. Tudo isso na esperança de não ser abordado por nenhum estranho. Não fomos! Mas a sensação de medo nos seguiu até chegarmos ao hotel.
E depois de toda essa aventura, o hotel que eu já sabia que seria ruim, ficou muito pior. Cheguei no quarto depressiva tendo visto tanta gente drogada, maltrapilha e jogada pelas ruas. Agradeci a Deus tudo que eu tinha, minha família, meu emprego. Apesar da confusão mental e da tristeza que me invadiu, me senti muito sortuda.
Quando depois de tudo isso percebi que a internet do hotel era péssima, foi a gota da água. Foi ali que decidi levar o prejuízo e procurar outro lugar pra ficar em Vancouver. Afinal de contas eu não tinha trabalhado um ano inteiro pra ficar rodeada de usuários de drogas e com internet ruim ainda por cima.
Resumindo, essa foi toda minha experiência na cidade. Ainda tentei encontrar outro hotel no centro de Vancouver na última hora. Mas aqueles três mil que achei caro no começo da história, agora já eram cinco ou seis. Indignada com os preços voltei para o aeroporto na tentativa de adiantar o voo, não consegui. A solução que encontrei foi alugar um carro e partir para a cidade de Whistler que ficava bem próxima de Vancouver. Mas isso é história pra outro post!
Onde não ficar em Vancouver: saiba qual região você deve evitar
O ponto vermelho no mapa é o lugar exato onde vimos um cara injetando droga no braço. Exatamente na East Hastings Street esquina com a Carrall Street. O traçado em vermelho é todo o caminho que fizemos na East Hasting Street em situação de alerta.
Contei todo esse caso para você entender porque essas dicas de onde não ficar em Vancouver são tão importantes. Porque mesmo com anos de experiência viajando e escolhendo hotéis por conta própria, até viajantes mais experientes estão sujeitos a cair em ciladas.
Resumo da ópera, evite se hospedar em qualquer lugar que fique perto da East Hasting Street na altura da Carrall Street até Jackson Ave. Acredite, qualquer pessoa normal que passar por esse pedaço da rua desavisado também vai sair em estado de choque.
Depois que conseguimos sair de toda aquela situação e estávamos no carro a caminho de Whistler, meu marido falou uma coisa que resumiu tudo. Disse que se sentiu dentro de um episódio de The Walking Dead. Fui obrigada a concordar com ele, e disparei a rir, passado o susto a gente consegue ver graça na história. Ninguém está livre de passar por situações semelhantes. Se eu tivesse essa informação preciosa de onde não ficar em Vancouver, se soubesse antes que existe uma região específica na cidade a ser evitada, tudo teria sido diferente.
Quando escolhi o hotel, pelas fotos e pelo preço achei que estava fazendo um excelente negócio. A nota do Patricia Hotel, no booking era baixa, mas o preço era um terço do que custavam os hotéis no centro de Vancouver. A localização do ponto de vista geográfico parecia boa, ficava a menos de 1 km de Gastown e cerca de 2 km do centro.
Mas era um negócio bom demais pra ser verdade. Que o hotel não seria grandes coisas, isso eu já sabia pelo preço que custava. Mas todo aquele perrengue para chegar diminuiu exponencialmente minha tolerância pela falta de conforto. Talvez se eu tivesse pegado um táxi na estação Waterfront ao invés de ir andando, o choque não teria sido tão grande a ponto de me fazer desistir de Vancouver. Depois de passar pela East Hasting street o que eu queria fazer era sair correndo daquele lugar. E foi exatamente isso que fiz.
Então para mim, se hospedar no Patricia Hotel em Vancouver não valeu a pena. Tanto que preferi levar o prejuízo de uma diária e sair de lá o mais rápido possível. Mas acho que isso aconteceu porque eu não estava preparada para aquilo que encontrei do lado de fora do hotel. Talvez em outra situação, em outras circunstancias, possa valer a pena.
O hotel em si é apenas velho, não era um bicho de sete cabeças. Tirando a internet e a localização que me assustaram muito todo o resto era aceitável. Mas para mim era insustentável ficar hospedada num lugar que você sente medo ao cruzar a porta pra rua.
Quando cheguei no hotel eu estava tão chocada que a primeira pergunta que fiz na recepção foi se era seguro andar a pé ali perto. Muito educadamente o recepcionista me explicou que era seguro. Disse que aquela população de rua não oferecia perigo e que não era comum os hóspedes relatarem problemas. Me deu um mapa e me explicou, tudo que eu precisava fazer era passar pela rua de trás para chegar no hotel. Ou seja, para evitar esse perrengue em Vancouver, era só passar pela rua de trás ao invés da East Hasting Street. Mas depois que o estrago já estava feito eu não quis mais saber, peguei minhas coisas e parti.
Dentro do hotel conversamos com um casal que também estava em choque com o ambiente ao redor. Me contaram que tinham escolhido o Hotel Patricia porque eles estavam fazendo um cruzeiro e a localização do hotel era boa nesse sentido. Minha dica para quem esteja considerando ficar hospedada no Patricia Hotel é: vá de taxi e evite a East Hasting Street. Valer ou não a pena ficar nesse hotel, é uma questão muito pessoal. Cada um sabe do seu bolso e do seu grau de frescura. Só porque pra mim não valeu, não significa que para você não seja uma opção viável.
Onde ficar em Vancouver: as regiões e bairros mais indicados para hospedagem
Bem, se você leu a história toda deve estar curioso pra saber então onde ficar em Vancouver. Afinal agora que já sabemos onde não ficar em Vancouver as chances de ser feliz na escolha de hospedagem são bem maiores. Concorda?
Pois anote aí. Os bairros mais indicados pela maioria dos blogs para se hospedar em Vancouver são: Downtown (centro), Gastown e Yaletown. West End também é um bairro agradável e Cape Place fica perto da orla.
O preferido dos turistas sem dúvida é Downtown, e por conta disso é também a região mais cara. Gastown e Yaletown são opostos, no sentido de que o primeiro é um bairro histórico e o segundo tem uma pegada mais moderna. Mas todos os três são regiões super bem localizadas, cheias de restaurantes, lojinhas, transporte público e lugares para tirar fotos bonitas. West End é o único que tem uma pegada diferente. É um bairro mais tranquilo, mais residencial, cheio de parques e natureza. Se o que você busca é paz e sossego talvez esse seja seu lugar.
Agora, se por ventura você está em Vancouver para desembarcar ou embarcar num cruzeiro acho que o ideal é ficar no Canada Place. Fica na orla, perto do porto e tem uma vista incrível.
Depois da experiência que tive, o dia que eu voltar em Vancouver vai ser para ficar hospedada no Rosewood Hotel Georgia. Quando já estava saindo da cidade, de dentro do meu carro vi a fachada desse hotel perto da Robson Street, e fiquei imaginando tudo que não foi. Tudo que planejei conhecer em Vancouver e acabei não conhecendo. Por isso, voltar nesse hotel um dia será questão de honra!
Dicas de hotéis em Downtown (centro de Vancouver)
Hotéis mais luxuosos: Fairmont Hotel, Rosewood Hotel Georgia e Four Seasons Hotel Vancouver.
Hotéis com bom custo benefício: Ramada Limited Downtown Vancouver, e Hotel Le Soleil.
Hotéis mais baratos: St. Clair Hotel Hostel e Kingston Hotel.
Dicas de Hotéis em Gastown
Hotéis mais luxuosos: Delta Hotels by Marriott Vancouver Downtown Suites e The St. Regis Hotel.
Hotéis com bom custo benefício: Victorian Hotel.
Hotéis mais baratos: The Cambie Hostel Seymour.
Dicas de hotéis em Yaletown
Hotéis mais luxuosos: Opus Hotel e the DOUGLAS, Autograph Collection.
Hotéis com bom custo benefício: Moda Hotel.
Hotéis mais baratos: GEC Granville Suites Downtown e Ramada by Wyndham Vancouver.
Dicas de Hotéis em West End
Hotéis mais luxuosos: West End Guest House e Best Western Plus Sands.
Hotéis com bom custo benefício: Rosellen Suites at Stanley Park e The Sylvia Hotel.
Hotéis mais baratos: English Bay Hotel e The Buchan Hotel.
Dicas de hotéis em Cape Place
Hotéis mais luxuosos: Fairmont Pacific Rim e The Fairmont Waterfront.
Hotéis com bom custo benefício: Pan Pacific Vancouver e Auberge Vancouver Hotel.
Hotéis mais baratos: Days Inn by Wyndham Vancouver.
Talvez se o câmbio não tivesse tão ruim ou se os preços não estivessem tão altos. Talvez se eu tivesse feito escolhas diferentes, os astros teriam se alinhado no céu daquele dia de outra forma e as coisas teriam sido diferentes.
E se tivesse sido diferente, talvez hoje eu poderia estar contando tudo sobre os lugares lindos que conheci ao invés de dar dicas de onde não ficar em Vancouver. Mas é errando que se aprende!
Não adianta agora chorar sob o leite derramado, foi uma experiência ruim mas me trouxe algumas lições importantes.
Apesar do azar de ter caído desavisada numa região bem sinistra de Vancouver, nunca me senti tão sortuda na vida. Depois ainda pude compartilhar aqui meus perrengues e ajudar outras pessoas que por ventura estejam planejando conhecer o Canadá.
Se você tem alguma dúvida ou uma história para contar sobre os hotéis em Vancouver, deixe nos comentários. Respondo todos sempre!
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