Difícil escolher entre as trilhas que fiz na região de Huaráz no Peru, dentro do Parque Nacional Huascarán, qual seria a minha favorita. Cada trilha tem sua particularidade e vistas diferentes. Mas se me obrigassem a escolher somente uma, seria a trilha do Glacier Pastoruri, apesar de ela nem de longe ser tão famosa quanto a Laguna 69.
Talvez seja porque esse foi o dia com menor grau de sofrimento já que a trilha do Glacier Pastoruri é mais um passeio do que uma trilha propriamente dita. Para chegar no glaciar a gente anda por um poético caminho calçado ao redor de uma paisagem de tirar o fôlego.
Dito isso, saibam que meu julgamento pode ter sido comprometido pelo fato de que não tive problemas de mal de altitude durante o passeio ao Glacier Pastoruri. No dia anterior tínhamos ido a Laguna Parón, e eu passei muito mal, então foi um alívio andar normalmente no dia seguinte sem sentir tontura, falta de ar ou mal estar. E olha que a Laguna Paron nem era uma trilha no sentido literal porque foi perfeitamente possível chegar aos pés dela de carro.
O remédio que comecei a tomar no dia anterior para ajudar nos efeitos da altitude sobre o corpo continuou fazendo seu efeito. Mas se foi o remédio ou se foi a beleza da paisagem que contribuiu para o meu bem estar a mais de 5.000 m de altitude eu não sei dizer. O fato é que mesmo cansada, me senti muito bem durante a caminhada.
Quem é mochileiro de verdade, acostumado a fazer muitos trekkings mundo afora deve até rir do meu amor pelo Glacier Pastoruri, porque vamos ser honestos é uma trilha para amadores mesmo! Isso porque o caminho até os glaciares é calçado, não chega a ser exatamente uma trilha desafiadora no meio das montanhas. Acontece que no fundo sou apenas uma molenga querendo dar pinta de aventureira. Mas é por isso que escrevo agora, para contar que não precisa ser o top atleta para conhecer essa região, e quero deixar aqui todas as dicas para conhecer o Glacier Pastoruri.
Se o objetivo principal for economizar dá uma olhada no post da Angie do blog Apure Guria. Ela dá boas dicas para isso. Nós fechamos um pacote com apenas uma empresa para todos os lugares e trilhas que fizemos.
Na época nos custou ao todo 289 dólares por pessoa, sendo que só o passeio ao Glaciar ficaria 77 dólares por pessoa. Se na data marcada mais pessoas forem, o custo diminui. Enfim, a verdade é que levamos em conta outras variáveis (que vou explicar mais á frente) além do preço para contratar os passeios.
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Nossa experiencia foi MA-RA-VI-LHO-SA! De todas as trilhas que fizemos esse trajeto foi o que envolveu o menor grau de sofrimento até a chegada ao estacionamento e também a chegada até o Glaciar. Para chegar na Laguna Parón, foi um deus nos acuda, o para chegar na Laguna 69 também demorou uma vida, a Laguna Churup então nem se fala. Mas a estrada saindo de Huaraz, até o Glacier Pastoruri, para mim foi a mais agradável.
Arrisco dizer que talvez seja o tour mais tranquilo de todas as trilhas no Peru, na região da Cordilheira Branca. Para chegar até o início da trilha, até onde se estaciona o carro, passamos por diversas paisagens pitorescas. Diga-se de passagem, lugares fantásticos com surpreendentes casinhas no meio do nada! Fiquei só viajando na maionese sobre como deveria ser a experiência de morar no meio do nada e só uma paisagem bonita de consolo.
Depois que estacionamos o carro aproveitei para usar o banheiro porque perto do estacionamento é o único lugar com essa facilidade. Passando desse ponto só no mato, e com vento gelado nas partes íntimas. Começamos nossa jornada a pé para chegar até as geleiras, e como já falei antes foi muito tranquilo e agradável a caminhada. A paisagem que nos cercava era maravilhosa, lembro de ter brincado com os gelos, tirado milhões de fotos para registrar cada angulo perfeito daquela paisagem e foi isso.
No retorno a Huaraz, fizemos uma parada estratégica num mirante qualquer para fazer nosso almoço que foi preparado na hora para a gente, sentamos felizes numa mesinha portátil arrumada ali de frente para uma vista bonita. E comemos um peixe peruano satisfeitas com a vida!
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Pode parecer apelativo e meio sensacionalista falar assim tão mal educada. Mas os dados são assustadores. Inclusive durante a trilha nossa guia contou que boa parte dessa paisagem marrom por onde passamos para chegar as geleiras, era toda coberta de neve há alguns anos atrás. Honestamente, fiquei com um aperto no coração ao ouvir o relato dela. Muito triste perceber que existem lugares tão bonitos que podem não existir da forma que são hoje num futuro não tão distante.
